segunda-feira, 6 de junho de 2011

Em 'casa', Inter vence América-MG, e Falcão respira aliviado no Brasileirão

Dupla Oscar e D'Alessandro comanda primeira vitória do Colorado no campeonato: 4 a 2. Cavenaghi marca no retorno ao time titular

por GLOBOESPORTE.COM
Campo Grande fica a cerca de 1500km de Porto Alegre. Mas nem parecia. O Internacional jogou como se estivesse em casa no Morenão. Nas arquibancadas, a nação vermelha, que dominou o estádio, abriu o bandeirão e comemorou. Ali, bem longe do Beira-Rio, o Colorado conquistou sua primeira vitória no Brasileirão: 4 a 2 sobre o América-MG. Mérito da dupla Oscar e D’Alessandro, que contrariou quem dizia que os dois não poderiam jogar juntos. O técnico Paulo Roberto Falcão respira aliviado por ter a primeira noite de tranquilidade depois de muitos dias de pressão.
O resultado fez o Inter pegar o elevador na classificação do campeonato. Com a vitória, segunda em oito jogos, o time subiu cinco posições e chegou ao 10° lugar. Já o América-MG caiu três postos e ligou o alerta. Na 16ª colocação, o Coelho está à beira da zona de rebaixamento.
Para a quarta rodada do Brasileirão, Inter continuará sem Leandro Damião e Bolatti, convocados para as seleções brasileira e argentina. O time receberá o Palmeiras no Beira-Rio no domingo, às 16h. No sábado, o América-MG irá à Ressacada para enfrentar o Avaí, às 18h30m.

Oscar marca dois gols e brilha em campo
Também longe de casa, por opção, o Coelho começou o jogo sorrateiro pela direita. Sem tomar conhecimento do adversário, o time de Mauro Fernandes jogou como mandante que era e assustou com cruzamentos de Marcos Rocha para Fábio Júnior e Eliandro. O segundo chegou até mesmo a mandar uma bola na trave, que fez a torcida colorada respirar fundo no Morenão.
Sem Kleber, lesionado, o Colorado dependia de Juan na lateral esquerda. Improvisado, o zagueiro de 19 anos abriu uma avenida para o ataque mineiro, que, apesar do espaço, foi mal nas finalizações e não conseguiu definir.
lance de jogo internacional x américa mg (Foto: Hélder Rafael/Globoesporte.com)Oscar levou vantagem sobre a zaga em quase todas as jogadas (Foto: Hélder Rafael/Globoesporte.com)

Falcão percebeu o perigo e mudou. Gritou, mexeu os braços e conseguiu corrigir a marcação, trazendo os volantes Guiñazu e Tinga para a direita e recuando D’Alessandro para também ajudar a atrapalhar as saídas do rival.
As mudanças apagaram o América-MG.  Em compensação, do outro lado, um jogador começou a brilhar. Depois de tentativas de cruzamento pela direita que procuravam Leandro Damião, que está com a Seleção, e encontravam um vazio na grande área, Oscar resolveu assumir a responsabilidade. Em jogada individual, avançou pelo meio e chutou. Teve a sorte de o rebote do goleiro Flávio encontrar o zagueiro Gabriel, que, todo atrapalhado, deixou a bola escapar para Cavenaghi. O argentino cruzou para o próprio Oscar, que cabeceou para abrir o placar, aos 13.
Não deu tempo nem de comemorar direito. Três minutos depois, Zé Roberto fez um belo lançamento para D’Alessandro na esquerda. O argentino preparou a canhota e mandou de primeira no canto esquerdo do gol mineiro.
O placar de 2 a 0 era o que bastava para a torcida colorada se manifestar ainda mais no Morenão. Das arquibancadas, onde havia gremistas reforçando a pequena torcida do Coelho, era possível ouvir os gritos de “segunda divisão”, como provocação ao adversário que subiu para a Série A neste ano.
E ninguém segurava Oscar. Lençol, cruzamento perfeito para a área e chutes que deram trabalho ao goleiro Flávio. Em nova falha da defesa, que não conseguia encontrar o camisa 16, o meia recebeu um lançamento direto da zaga e mandou de primeira para quase furar as redes mineiras. Fora do campo, Falcão levou as mãos à cabeça e olhou para cima, como se agradecesse pelo que estava vendo no gramado. Era o terceiro gol do Inter em menos de dez minutos.
Coelho balança as redes, mas não evolui
Com 0 a 3 no placar, o América-MG sabia que só restava sair para o jogo. E foi o que fez. Mas o maior domínio de bola no início do segundo tempo ainda não era suficiente para um time que errava muitos passes e não conseguia finalizar. Até que, aos 10, o esforço deu certo. Após escanteio, Eliandro ajeitou de peito, e Rodriguinho estufou as redes coloradas com um chute no ângulo de Renan.
O golaço levantou a torcida mineira, que ensaiou gritos de “América”. A comemoração, porém, durou apenas cinco minutos. Em bela jogada individual, Zé Roberto passou por um, dois, três marcadores, invadiu a área. O desarme do zagueiro foi a assistência perfeita para Cavenaghi, sozinho, marcar seu segundo pelo clube colorado. Na comemoração, o argentino tirou a camisa e ganhou cartão amarelo, o que irritou Falcão.
O quarto gol do Inter acordou o Coelho. O time passou a subir mais para o ataque e dar trabalho. Após cobrança de escanteio, Anderson cabeceou para dentro das redes. Porém, o jogador se apoiou no zagueiro colorado, e a arbitragem anulou o gol, marcando falta.
O esforço do sistema ofensivo mineiro, no entanto, não foi em vão. Após bela tabela com Fábio Júnior, Alessandro invadiu a área e marcou seu segundo gol no Brasileirão. A vantagem no placar diminuiu, mas, dentro de campo, o Inter continuou dominando. Aos 45, D'Alessandro e Thiago Carleto se desentenderam e iniciaram uma discussão, após o jogador do Coelho atingir o argentino no rosto. Com os ânimos já acalmados, o árbitro deu o apito final, e a torcida vermelha concluiu a festa no Morenão.

américa-mg  2 x 4  internacional
Flávio; Marcos Rocha, Anderson, Gabriel e Thiago Carleto; Glauber (Alessandro), Leandro Ferreira (Camilo), Amaral e Rodriguinho; Eliandro (Kempes) e Fábio Júnior. Renan; Nei, Bolívar, Rodrigo e Juan; Guiñazu, Tinga, D’Alessandro e Oscar (Glaydson); Zé Roberto (Ricardo Goulart) e Cavenaghi (Gilberto).
Técnico: Mauro Fernandes Técnico: Paulo Roberto Falcão
Gols: Oscar, aos 13 e 21 do primeiro tempo. Oscar, aos 15 do primeiro tempo. Rodriguinho, aos 10 do segundo tempo. Cavenaghi, aos 15 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Bolívar, Cavenaghi e Rodrigo (Inter). Thiago Carleto (América-MG)
Local: Morenão (MS). Data: 05/06/2011. Competição: Campeonato Brasileiro. Árbitro: Arílson Bispo da Anunciação (BA). Auxiliares: Belmiro da Silva (BA) e Raimundo Carneiro de Oliveira (BA). Público Pagante: 3.119 pessoas. Público presente: 4.541pessoas.

Com dois gols do estreante Borges, Santos bate o Avaí na Vila: 3 a 1

Centroavante mostra oportunismo e dá ao Peixe sua primeira vitória no Brasileirão. Já o time catarinense permanece na lanterna, zerado em pontos

por Adilson Barros
O camisa 9 ideal é artilheiro, decisivo, não deixa oportunidades escaparem. Assim foi Borges neste domingo, em sua estreia pelo Santos. Apresentado na última sexta-feira, sem muito tempo para treinar, ele foi escalado contra o Avaí, terceira rodada do Brasileirão, e definiu a vitória alvinegra por 3 a 1. Seus dois gols (o segundo foi irregular) garantiram ao Alvinegro seu primeiro triunfo na competição e dão à torcida a esperança de o time ter, enfim, encontrado o parceiro certo para Neymar.
Borges é o primeiro reforço de peso do Peixe para a competição nacional. Ele chega para substituir Zé Eduardo, que foi vendido para o Genoa-ITA e partirá sem jamais ter sido unanimidade. Keirrison, que seria o 9 santista, também está de saída. Foi tão mal que é como se nunca tivesse vindo.
Com o resultado, o Peixe vai a quatro pontos. Ocupa agora a 11ª posição. Já o Avaí segue na lanterna da competição. Perdeu seus três primeiros jogos. Sofreu nove gols e marcou só dois.
O Santos volta a campo no próximo sábado, às 18h30m (horário de Brasília), na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG). O Avaí, no mesmo dia e horário, recebe o América-MG, na Ressacada, em Florianópolis (SC).
Juiz de luto, e artilheiro inspirado
Antes do início da partida deste domingo, um minuto de silêncio em homenagem à mãe do árbitro José de Caldas Souza (que apita pela Federação do Distrito Federal), que faleceu neste domingo. Ele não conseguiu voo para voltar ao Maranhão para se despedir. O jeito foi trabalhar. Passado esse momento triste, a bola rolou. E bastaram nove minutos para Borges mostrar sua credencial.
O técnico Muricy Ramalho já havia avisado que o reforço era garantia de gol. O novo camisa 9 alvinegro confirmou a previsão do chefe ao completar desvio de Zé Eduardo após cobrança de escanteio de Alan Patrick. O atacante comemorou com a bola sob a camisa, em homenagem aos filhos Mateus e Gabriel, os gêmeos que estão à caminho.E foi isso. O primeiro tempo se resumiu a esse lance de oportunismo do novato
Com três zagueiros e dois volantes, o Avaí congestionou o meio de campo. Um mar de camisas azuis e brancas impedia a chegada dos santistas à meta. A bola batia e voltava. O Leão catarinense mostrava força nos desarmes, mas não tinha nenhuma criatividade com a bola nos pés. Até chegou a rondar a área santista, mas sem jamais conseguir ameaçar o gol defendido por Rafael.
O Santos tinha desfalques importantes. Não pôde escalar seus dois laterais titulares (Jonathan e Léo estão machucados), nem seu capitão (o zagueiro Edu Dracena foi poupado). Mas o time sentiu falta mesmo de Elano e Neymar, que estão servindo à Seleção Brasileira.
Sem o meia, o Peixe não tinha alguém para acertar o passe no meio de campo – Alan Patrick, o substituto, não conseguia dar sequência às jogadas. E sem Neymar? Bem. Sem Neymar, o Alvinegro Praiano perdeu velocidade, a jogada inesperada, o drible genial, o arremate quase sempre certeiro. O ataque alvinegro foi previsível. Zé Eduardo e Borges não se encontraram. Isolados um do outro, presos no meio dos zagueiros.
borges santos x avaí (Foto: Agência Estado)Borges fez dois gols em sua estreia pelo Santos (Foto: Agência Estado)
Repeteco
O segundo tempo foi praticamente uma repetição do primeiro. Logo no início, jogada de escanteio, bola desviada no meio do caminho, gol de Borges. Dessa vez porém, o atacante estava em posição irregular. No momento em que Bruno Rodrigo deu uma casquinha na bola após cruzamento de Alan Patrick, o centroavante alvinegro estava adiantado. Para Borges, pouco importou. Ele festejou mais uma vez. Agora, pedindo para a torcida gritar e pular junto com ele. Na comemoração, Borges socou o ar, "para homenagear o homem" (Pelé).
O Avaí acusou o golpe. Sem nenhum articulação, perdido em campo, o time catarinense agora tinha dificuldades até para armar jogadas. O Santos tinha campo para jogar e criava chances. Borges só não fez o terceiro porque o goleiro Aleks praticou uma grande defesa.
Vendo que o adversário não ameaçava, Muricy Ramalho começou a fazer experiências. Tirou o meia Alan Patrick e colocou o zagueiro Bruno Aguiar. Quis observar o comportamento do time com três zagueiros. E foi exatamente nesse momento que, fiinalmente, o Avaí chegou. Chegou e marcou. Maurício Alves apareceu livre no meio dos defensores alvinegros e empurrou para a rede. Um vacilo geral da retaguarda santista.
Nada, porém, que ameaçasse a vitória alvinegra, garantida com um terceiro gol no lance final, em contra-ataque puxado por Arouca e finalizado por Rychely - foi o primeiro dele com a camisa do Santos.
santos 3 x 1 avaí
Rafael, Pará, Bruno Rodrigo, Durval e Alex Sandro; Arouca, Danilo (Roger), Adriano, Alan Patrick (Bruno Aguiar); Zé Eduardo (Rychely) e Borges. Aleks, Cassio, Bruno, Gustavo Bascos; George Lucas, Marcinho Guerreiro, Fabiano, Estrada (Fabio Santos) e Julinho; Marquinhos Gabriel (Robinho) e William (Maurício Alves).
Técnico: Muricy Ramalho. Técnico: Silvas.
Gols: Borges, aos 9 minutos do primeiro tempo; Borges, aos 6 minutos, Maurício Alves, aos 42, e Rychely, aos 47 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Roger (Santos); Marcinho Guerreiro, Gustavo Bastos, Julinho e Fabiano (Avaí).
Local: Vila Belmiro, Santos (SP). Data: 05;/06/2011. Competição: Campeonato Brasileiro.
Árbitro: José de Caldas Souza (DF). Auxiliares: César Augusto Vaz e Carlos Emanuel Manzolillo (DF).
Renda: R$ 64.420,00. Público pagante: 4.109 pessoas.
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